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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vamos buscar da SUSTENTABILIDADE

Amigos

Bom dia

Ontem foi a 4ª edição do projeto do Mercado do bECO, Consciência & Arte, no Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena, apesar da chuva, do frio e dos eventos na cidade, a comunidade foi participar e praticar a Sustentabilidade, com elementos sociais, economicos, ambientais e culturais.

Para quem perdeu consultem o site www.mercadodobeco.com.br, e agenda a próxima edição 31 de julho, no Centro Cultural Rio Verde

Parabens a todos os artistas, o produtores e a comunidade consciente por acreditar que é possivel mudarmos o planeta e termos uma vida melhor para todos.

Basta acreditar.

"Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, Gandhi"


PARABENS !!!!

VIDEO DA CONSCIÊNCIA.http://youtube/lBuJHl-PTYc

sábado, 25 de junho de 2011

SER FORTES !!!!

AMIGOS

ENCONTREI ESTE VIDEO NO YOUTUBE E PENSEI EM COMPARTILHAR COM TODOS, É UMA LIÇÃO DE VIDA, UMA FORÇA EXTRA, UMA ENERGIA MARAVILHOSA....

http://youtu.be/Ow9EkpR8eFc

VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ, CANTAR, E CANTAR E CANTAR...NA CERTEZA DE SER UM ETERNO APRENDIZ...

FORÇA PESSOAL

BOA SEMANA A TODOS.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

IMAGINE - HINO DA TERRA ESCRITO A 40 ANOS

AMIGOS

A 40 ANOS ATRAS JOHN LENNON ESCREVEU DE FORMA MARAVILHOSA O HINO DO PLANETA TERRA, COM MUITA INTUIÇÃO E VISÃO DO MUNDO, UM VERDADEIRO PROFETA ALÉM DA SUA ERA, QUE DEIXOU O MAIOR DE TODOS OS LEGADOS, A UNIÃO ENTRE AS PESSOAS.

http://youtube/YqkptsTshuQ

ESTA ORAÇÃO DEVEREMOS ESTAR LENDO E RELENDO TODOS OS DIAS, PASSANDO PARA TODOS, AUMENTANDO A CORRENTE, BUSCANDO CONSCIENTIZAR E SENSIBILIZAR A TODOS AQUELES QUE SÃO SERES HUMANOS, POIS ASSIM ESTAREMOS CUMPRINDO TUDO AQUILO QUE JOHN LENNON COLOCOU A 40 ANOS ATRAS.


"DEVEMOS SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNDO" GANDHI
IMAGINE ......E LEIAM A CARTA DA TERRA.
É POSSIVEL SIM, ACREDITAMOS SIM, DEPENDE DE APENAS DE CADA UM, A CONTINUIDADE DA VIDA DO PLANETA DEPENDE DE NÓS.

MARIO PECORARO
CONSELHEIRO REGIONAL DE MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E CULTURA DE PAZ
CADES PINHEIROS

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ISTO É INSUSTENTAVEL.......

Ambev lança franquia de bar para regiões de periferia





Batizado de "Nosso Bar", estabelecimento requer investimento de R$ 28 mil

Existem 20 unidades em teste na zona sul de São Paulo; empresa terá treinamento para manipular alimentos

Folha de São Paulo - DE SÃO PAULO

A fabricante de bebidas Ambev lança hoje uma rede de franquias para atrair o empreendedor e o consumidor da classe C. Batizada de "Nosso Bar", a franquia demanda um investimento inicial de R$ 28 mil.
O público-alvo são donos de bares na periferia das grandes cidades, bem como novos empreendedores.


"Desenvolvemos um modelo de negócios familiar voltado para as comunidades", diz João Paulo Badaró, diretor de Novos Negócios da Ambev, que contou com as consultorias do Instituto Data Popular, especializado em baixa renda, e da Francap, consultoria de franquias.
O modelo de negócio prevê um bar com área de 100 m2 a 150 m2. A decoração, o mobiliário e a geladeira ficarão a cargo da Ambev.
Além de vender cerveja e refrigerantes do portfólio da Ambev (marcas como Brahma, Skol, Guaraná Antarctica, Pepsi), o dono do bar terá liberdade para oferecer bebidas quentes (destiladas) e elaborar o seu cardápio.
Os produtos, contudo, precisarão ser previamente homologados pela Ambev. "A gente não interfere no cardápio local, mas a gente interfere na questão da segurança alimentar", diz Badaró.
Franqueados passarão por treinamento sobre manipulação de alime ntos.
Há ainda uma parceria com a Sadia, que deverá fornecer produtos customizados para os franqueados.
Na fase de teste, foram abertos 20 "Nosso Bar" na zona sul de São Paulo. A expectativa é abrir mais 200 até o fim do ano.
"Nosso foco inicial será São Paulo, mas a ideia é expandir para todo o país", diz o executivo.
A Ambev se transformou em uma das maiores empresas de franquia na área de alimentos e bebidas. E o "Nosso Bar" é o primeiro empreendimento para a classe C.
A rede Chopp Brahma, criada em 2004, tem como público alvo as classes A e B. "A Chopp Brahma atrai investidores que não operam diretamente o negócio. Com o "Nosso Bar", a ideia é que o dono e sua família toquem o negócio", afirma Badaró.
A rede Chopp Brahma já conta com 900 operações, em três formatos: quiosques em shoppings e aeroportos, carrinhos e lojas. Juntas, faturam hoje R$ 300 milhões.
A empresa testa um outro modelo de franquia, com foco nas classes A e B: um bar, de nome "Seu Boteco". Só existe um até o momento, na Vila Madalena, em São Paulo. (MARIANA BARBOSA)












Ronaldo Laranjeira

Director - National Institute of Alcohol and Drug Policies

Federal University of São Paulo - BRAZIL

E O MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO PASSOU LONGE.....

Quanto será que levaram para aprovar tal projeto e como a CETESB aprovou um projeto desta monta e em área de preservação, permitindo se utilizarem das nascentes de água mineral para ser consumida até nas piscinas??? Essa prefeita tentará uma reeleição?

Inaugurado no ano passado, o Blue Mountain abre a segunda temporada neste feriado de Corpus Christi interessado apenas em divulgar o ambiente sofisticado e as comodidades do resort. A sentença que determinou a demolição do hotel virou tabu entre os cerca de cem funcionários, expressamente proibidos pela direção de falar sobre o processo judicial e as questões ambientais envolvidas na obra.


Gerson Monteiro
Fachada e áreas internas. Pacote de quatro noites para casal no feriado de Corpus Christi varia de R$ 6,3 mil a R$ 25 mil

Na visita feita pela reportagem do Estado, a abordagem inicial do chefe de recepção, Fernando Zanerato, frisou o luxo e a localização privilegiada. O hotel, que foi erguido entre 2002 e 2008, custou cerca de R$ 25 milhões. "Toda a água utilizada aqui é mineral, até na piscina", diz Zanerato. Perto do hotel há 13 nascentes, daí a exploração abundante do recurso. As bordas da piscina de água mineral são aquecidas, com vista panorâmica da Serra da Mantiqueira. O spa oferece massagens e terapias. A adega tem mais de 1.300 vinhos, com custo médio de R$ 1,8 mil.

O Blue Mountain recebeu a classificação "cinco estrelas plus" da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. O pacote de quatro noites para casal no feriado de Corpus Christi varia de R$ 6,3 mil a R$ 25 mil.

Danos. Apesar da decisão judicial que determinou sua demolição, a prefeita de Campos do Jordão, Ana Cristina Machado César (PPS), defende o funcionamento do hotel. Para receber hóspedes, o empreendimento precisou de alvará da prefeitura. "Só a quantidade de entulho retirado em uma demolição causaria mais dano ambiental do que deixar o hotel funcionando do jeito que está", diz Ana Cristina.

A prefeita usou o empreendimento de luxo para fazer propaganda da rede hoteleira de Campos. Em abril, o Blue Mountain foi listado ao Comitê Organizador da Copa 2014 como um dos três hotéis da cidade que poderiam abrigar uma seleção de futebol durante o evento. "O Blue Mountain gera empregos e é um dos mais luxuosos do País."

"Campos não tem mais para onde crescer. Congelei áreas invadidas, comprei uma grande briga com a população, mas não tenho onde colocá-los agora. Todo lugar onde se pensa construir algo é topo de morro ou beira de rio", reclama Ana Cristina. "Não pode abrir muito (para construções), mas também não pode ser radical (com a questão ambiental). Tem de ser mais flexível."

Mais de dois terços da área da cidade estão protegidos por leis ambientais. "Um terço do município é parque estadual e não tenho benefício com isso. Os custos para instalar indústria são tão altos que não há interesse."

A 500 metros do Blue Mountain, localizado a mais de 1.700 metros de altitude, um dos topos de morro mais altos da cidade, placas indicam que a área verde é preservada pelo grupo de investidores. Do gramado, no entanto, pode-se avistar a divisa da área de mais de 240 mil m² do hotel e aí o contraste da vegetação fica evidente: a mata preservada do terreno vizinho tem imensas árvores e um tom verde mais forte.

sábado, 18 de junho de 2011

30 anos de Política Nacional de Meio Ambiente

PALESTRA DE WASHINGTON NOVAES
30 ANOS DA POLITICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
SÃO BERNARDO DO CAMPO – 13/06/2011

1. Tema proposto: “30 anos da política nacional de meio ambiente”.
2. Política foi consolidada na lei 6938, de 31 de agosto de 1981.
3. Reflete o crescimento da preocupação mundial e brasileira com as questões chamadas de ambientais. Porque surgiam os relatórios sobre buraco na camada de ozônio, mudanças climáticas, perda de florestas e da biodiversidade.
4. Buraco na camada de ozônio resultou no Protocolo de Montreal para redução dos CFCs, talvez o acordo mundial mais bem sucedido, graças à possibilidade de substituição de materiais – embora hoje haja dúvidas. Clima, biodiversidade e florestas, junto com Agenda 21 mundial, seriam os grandes temas da Rio 92. Resultaram em duas convenções – clima e diversidade biológica - uma declaração sobre florestas e a aprovação da Agenda.
5. A lei que instituiu a Política Nacional define muitos objetivos, como:
a) compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente e o equilíbrio ecológico;
b) definição de ações prioritárias para ação de governos;
c) racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
d) definição de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas para uso e manejo de recursos ambientais;
e) desenvolvimento de pesquisa e tecnologias nacionais para uso racional dos recursos ambientais;
f) formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico
g) preservação e restauração dos recursos ambientais;
h) imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados; e ao usuário a obrigatoriedade de contribuição pela utilização de recursos ambientais com finalidades econômicas;
i) levar atividades empresariais públicas e privadas a serem exercidas em consonância com as diretrizes dessa política.

6. Que balanço se pode fazer desses 30 anos ?
7. Um dos maiores êxitos está na construção de uma consciência social sobre as chamadas questões ambientais – embora nem sempre ela se traduza em avanços na prática.
8. Um exemplo claro é a pesquisa divulgada há dois dias, feita por várias organizações, e que mostra que 95% das pessoas ouvidas não concordam com modificações no Código Florestal que permitam plantações e pecuária em áreas de preservação permanente como encostas, topos de morros e margens de rios. 77% das pessoas disseram que o Congresso deveria ouvir os cientistas antes de aprovar modificações. 79% afirmaram apoiar veto presidencial à anistia para desmatadores. E 85% acham que se deve priorizar a proteção de florestas.
9. Essa pesquisa mostra que tem consistência ambiental a opinião da sociedade. Ainda na semana passada o IPEA mostrou que a proposta de isenção de reserva legal em propriedades privadas de até 4 módulos fiscais deixaria sem proteção legal 30 milhões de hectares . Ou mais de 300 mil quilômetros quadrados, mais que o Estado de São Paulo.
10. Desse total, 18 milhões de hectares seriam na Amazônia, 3,9 milhões na Mata Atlântica, 3,7 milhões na Caatinga e 3,1 milhões no Cerrado.
11. É uma questão relevante, embora seja preciso acrescentar que essa situação do desmatamento é em grande parte fruto de a reserva legal ser na prática uma ficção da lei, raramente respeitada na prática – contrariando a Política Nacional de Meio Ambiente. O proprietário só se preocupa em delimitar a reserva no momento em que tiver de registrá-la no órgão ambiental, para poder vendê-la. Mas é muito raro que alguém vá verificar se a reserva existe mesmo. E, depois, se está sendo respeitada.
12. Reflete também um dos ângulos mais problemáticos da realidade, não resolvido pela Política Nacional de Meio Ambiente: a falta de recursos financeiros na área. O Ministério do Meio Ambiente tem menos de um por cento do orçamento federal para atuar em um território continental. O orçamento do Ibama não lhe permite ter estruturas suficientes em todo o país. Há lugares na Amazônia onde a delegacia do Ibama deve fiscalizar áreas de até 60 mil quilômetros quadrados, como disse o diretor em Alta Floresta. E dispondo apenas de quatro funcionários e três veículos quebrados.
13. Essa situação tem reflexos graves na perda biodiversidade, a maior riqueza do futuro, de onde virão novos alimentos, novos medicamentos, novos materiais para substituir os que se esgotarem., O Brasil tem de 15 a 20% da biodiversidade planetária.
14. Outro ângulo problemático para a Política Nacional de Meio Ambiente está na questão do licenciamento e da fiscalização, que, em princípio, devem estar o mais perto possível dos lugares onde as questões ocorrem – ou seja, nos Estados e municípios.
15. Mas em grande parte do país, as pressões políticas e econômicas nesses lugares geram dificuldades para a implementação e fiscalização da política- o que também se traduz em problemas para a desejada descentralização, já que faltam também recursos na maior parte dos municípios.
16. Uma das conseqüências das dificuldades está nos atuais números sobre desmatamento nos biomas brasileiros:
20% na Amazônia; mais de 93% na Mata Atlântica; 52% no Cerrado; cerca de 50% na Caatinga.
17. Esses números implicam muitas questões graves:
a) o IBGE tem lembrado as perdas de carbono no bioma amazônico ou 59& do território brasileiro, já que ali o subsolo retém em média 57,5 toneladas de carbono por hectare, perto do dobro da biomassa florestal; há pontos em que há mais de 200 toneladas de carbono por hectare do subsolo. O desmatamento vai se refletir nas emissões de dióxido de carbono, extremamente problemáticas na área do clima.
b) Esse desmatamento – que é e principal causa de emissões no país – já eliminou 23 bilhões de toneladas de biomassa e até 2002 cerca de 6,6 bilhões de toneladas de carbono, o equivalente a 20% das emissões totais anuais no mundo.
c) No Cerrado, além da perda da biodiversidade (um terço da brasileira), o desmatamento e compactação do solo dificultam a infiltração de água no subsolo; e ali nascem 14% \das águas das três grandes bacias brasileiras; com a redução da infiltração, o estoque de água no subsolo caiu de sete anos de fluxo para apenas três.
18. Vamos tentar avaliar um pouco o balanço desses 30 anos também nos outros elementos – em especial na água e no ar.
19. A Política Nacional de Meio Ambiente levou à criação da Agência Nacional de Águas – a ANA. Mas têm sido lentos os avanços em alguns dos principais itens. Como o da implantação dos comitês de gestão em todas as bacias hidrográficas e da cobrança, neles, por todos os usos da água. Já temos mais de 100 comitês criados. Mas a cobrança, por enquanto, acontece em pouquíssimas bacias, quase todas no Estado de São Paulo.
20. Isso se traduz em dificuldade de recursos para projetos na própria bacia – principalmente o tratamento prévio de esgotos antes de serem despejados nos cursos dágua.
21. Esse capítulo do saneamento é um dos mais problemáticos quando se examinam esses 30 anos da política. Hoje, quase 50% dos brasileiros não têm suas residências ligadas a redes de esgotos. E quase 10% não recebem em casa água potável. Dos esgotos coletados, menos de 30% recebem alguma forma de tratamento, em geral primário, que ainda manda para os rios, in natura, metade da carga orgânica, e não chega a eliminar outros poluentes – o que exigiria tratamentos secundário e até terciário.
22. O despejo de esgotos é a principal causa de poluição dos recursos hídricos no país. Segundo a ANA, todas as bacias hidrográficas brasileiras, da Bahia ao Extremo Sul, estão em situação crítica, por causa da poluição. E mais de metade dos municípios brasileiros terão problemas no abastecimento até 2015.
23. A poluição é também a principal causa de doenças veiculadas pela água. No sistema público de saúde brasileiro, pelo menos 60% das internações de crianças se devem à poluição da água, especialmente a diarréia e infecções intestinais. Da mesma forma, 80% das consultas pediátricas se devem ao mesmo motivo.
24. Outro ponto para alta preocupação é o desperdício de água nas redes públicas de distribuição nas cidades brasileiras. Nas grandes cidades, a média da perda chega a 40% ou mais da água que sai das estações de tratamento.
25. Uma das questões a rever, nessa área, está na dificuldade de financiamentos em bancos públicos para projetos de reparação e conservação das redes de distribuição, que custam até sete vezes menos, para produzir um litro de água, que a construção de novas barragens, novas adutoras e novas estações de tratamento. Só muito recentemente se começou a rever esse quadro e abrir os bancos para financiamentos nessa área.
26. É preciso ver o panorama nacional também na área do clima, certamente abrangida pela Política de Meio Ambiente nesses 30 anos.
27. O Brasil já está entre os cinco maiores emissores de gases poluentes, incluídos o desmatamento e as queimadas, que respondem por quase 60% do total, ou 75% se consideradas apenas as emissões de carbono. Já são mais de 2 bilhões de toneladas anuais emitidas. Segundo Sir Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, hoje consultor do governo britânico para o clima, as emissões brasileiras estão entre 11 e 12 toneladas anuais por habitante.
28. O Brasil, entretanto, recusa-se a assumir compromissos obrigatórios de redução das emissões, no âmbito da Convenção do Clima, com dois argumentos:
a) a obrigação de reduzir é dos países industrializados, que emitem mais e há mais tempo, desde o início da revolução industrial; por isso, contribuíram muito mais para a concentração de gases que já está na atmosfera;
b) assumir compromissos de reduzir as emissões pode restringir a soberania e comprometer o desenvolvimento econômico nacional.
29. Quanto ao segundo argumento, é preciso ver de que desenvolvimento se trata. É possível desenvolver reduzindo emissões, com uma matriz energética limpa, baseada em energia hidrelétrica, eólica, solar, das biomassas, das marés, geotérmica.
30. Quanto à responsabilidade de cada país nas emissões, o Brasil mesmo apresentou na reunião do Protocolo de Kyoto, em 1997, proposta de calcular qual a responsabilidade percentual de cada país no aumento da temperatura da Terra já observado e distribuir a obrigação de reduzir proporcionalmente a essa contribuição. A proposta foi aprovada em princípio e remetida para mais estudos científicos. Mas até hoje nada aconteceu, nem o Brasis voltou a insistir na tese.
31. Hoje, o compromisso brasileiro, que é apenas “voluntário”, é de reduzir suas emissões em 40% do que elas seriam em 2020, sem nenhuma providência.
32. Nessa área das emissões, o Brasil enfrenta também uma questão delicada na emissão de metano, principalmente pelo gado bovino. Segundo a Embrapa Meio Ambiente, cada boi emite 58 quilos de metano por ano, em seus arrotos e flatulências. Como temos 205 milhões de bois, são mais de 11 milhões de toneladas de metano por ano. E como o metano tem um efeito problemático na atmosfera 21 vezes superior ao do dióxido de carbono, essas emissões dos bois equivalem a mais de 230 milhões de toneladas anuais de dióxido de carbono – equivalentes a tudo o que a indústria e o transporte emitiam no primeiro inventário brasileiro de emissões, de 1994.
33. Cientistas brasileiros têm argumentado no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o órgão científico da Convenção do Clima, que a equivalência do metano com o carbono precisa ser revista, porque o metano permanece muito menos tempo na atmosfera que o carbono; por isso, a equivalência de 21 vezes precisa ser baixada para 4 ou 5. Mas o Painel até agora não mudou seus números.
34. A pecuária não é o único caminho para emissões de metano. Há outros, como as plantações de arroz em várzeas – que, se questionadas, podem implicar problemas em algumas regiões brasileiras, principalmente no Sul e no Centro-Oeste.
35. Alguns Estados e cidades brasileiras já estão fazendo seus levantamentos de emissões e gerando legislação para redução obrigatória em alguns setores, principalmente transporte e indústria. São Paulo é um desses lugares.
36. Nesse ponto, chega-se a outra obrigatoriedade colocada pela Política Nacional de Meio Ambiente e não cumprida: é o princípio do poluidor pagador: quem polui ou causa danos deve responder pelos custos gerados. Mas na prática quase não acontece.
37. Um dos setores mais evidentes é o da poluição do ar. O setor de transportes deveria responder pela poluição do ar por gases emitidos por veículos e pelos custos que ela gera no sistema público de saúde, inclusive mortes e doenças graves.Mas isso não acontece.
38. Da mesma forma, os custos gerados na implantação e manutenção da rede viária urbana e interurbana, que não são atribuídos ao setor. E hoje, segundo a Associação Nacional de Transporte Público, mais de 50% do espaço urbano – computados ruas, praças, estacionamentos e garages – é ocupado por veículos – que em média permanecem 90% do tempo ociosos.
39. Na década de 90 foi criado o Proconve, o programa de inspeção de veículos para aferição dos níveis de poluição por gases e sonora. Mas a disputa pela receita das tarifas de inspeção entre Estados e municípios retardou muito o sistema, que só agora começa a avançar. E que poderá contribuir muito para a redução da poluição do ar retirando de circulação veículos sem condições.
40. Outra área em que o princípio do poluidor/pagador instituido pela Política Nacional de Meio Ambiente ainda não funciona é o dos resíduos.
41. Nos paises que mais caminharam nessa área vigora a exigência de pagamento por qualquer tipo de resíduo gerado. Na Alemanha, por exemplo, o gerador do lixo domiciliar é obrigado a separá-lo em lixo seco e lixo orgânico. O orgânico é recolhido pelo serviço público e o gerador paga proporcionalmente ao volume do recipiente em que o deposita – 10 litros, 20 litros. O lixo seco tem de ser recolhido pelas empresas produtoras de papel, papelão, metais etc. Elas criaram, uma instituição nacional que cobra de cada empresa proporcionalmente à sua produção e faz a coleta em todo o país. E como estas têm interesse em pagar menos, diminuem seus rótulos, o volume de suas embalagens etc. Com isso, em oito anos o volume de lixo seco na Alemanha reduziu-se em 15%.
42. Lá, todos os resíduos da construção devem ser levados pelo produtor a uma recicladora, que recebe por tonelagem. Depois recicla, separa brita e metais, destina os resíduos triturados para a base de asfalto e outras finalidades.
43. A Suécia tem um sistema exemplar de reciclagem de veículos. O comprador de um veículo novo paga por um certificado de reciclagem já na compra. O documento passa para os novos proprietários em caso de venda. E o último pode entregá-lo a uma empresa de reciclagem, que lhe paga o valor do certificado. Depois, ela encaminha para reciclagens especiais todos os fluidos e óleos mais poluentes. Retira e vende, com garantia de tempo para uso, itens como pneus, bancos etc. As carcaças são prensadas e vão para uma empresa que as tritura e destina o produto a fornos de siderúrgicas e outras finalidades. O sistema já cobre perto de 90% dos carros considerados impróprios para uso.
44. A cidade de São Paulo chegou a criar uma taxa para o lixo domiciliar e comercial. Mas não chegou a aplicá-la e ela foi revogada – o que é um retrocesso.
45. Há alguns meses, depois de 20 anos de discussão, a Câmara dos Deputados aprovou em Brasília o texto de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que contém muitos pontos interessantes – como a obrigatoriedade da coleta seletiva em todos os municípios, a proibição de lixões e a preferência para cooperativas de catadores – eles já são cerca de um milhão no país e exercem um papel importante, encaminhando a empresas recicladoras cerca de 30% do papel e papelão, uns 20% do plástico e dos vidros, mais de 90% das latas de alumínio.
46. A política não define, entretanto, recursos para sua execução. E com isso temos mais de 50% dos resíduos produzidos no país encaminhados para lixões a céu aberto. E menos de 20% para aterros realmente adequados. Também a questão dos resíduos da construção continua em aberto.
47. Um ponto polêmico é o da incineração. Porque a política aprovada na Câmara definiu como prioridades programas de redução do lixo, de reaproveitamento de materiais e de reciclagem.
48. A incineração só seria admitida como última alternativa, na impossibilidade de aplicar qualquer das outras - por ser um caminho caro, principalmente se os resíduos secos não forem separados dos orgânicos, já que a incineração destes últimos - para não gerar dioxinas, furanos e outros gases muito perigosos para a saúde humana – precisa ser muito alta. E isso encarece muito o processo, que tem de resolver também a questão dos resíduos da incineração, igualmente perigosos.
49. Os críticos da incineração alegam também que ela pode ser um desperdício, já que pelo menos 80% dos resíduos domicilares e comerciais no Brasil podem ser reaproveitados ou reciclados, como mostrou um trabalho da UNESP em Indaiatuba.
50. Outra questão será a dependência permanente da geração de lixo, para não interromper a incineração e geração de energia – o que seria um contra-senso com os objetivos preferenciais.
51. Quando o projeto aprovado pela Câmara foi remetido ao Senado, ali se suprimiu o dispositivo sobre a incineração. Por isso, o projeto deveria ter voltado para a Câmara, mas não o foi. Remetido à presidência da República, foi sancionado.
52. As usinas públicas no Brasil reciclam menos de 1% do lixo total.
53. Muitos programas de coleta seletiva transformam-se, por isso, em uma espécie de “faz-de-conta”: as cooperativas de catadores não têm capacidade de separar todo o lixo seco; e assim grande parte do lixo separado nas residências vai para aterros.
54. A Política Nacional de Meio Ambiente também definiu que cabe ao Conselho Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA, estabelecer normas para licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e inserir o licenciamento em todo o território nacional. Mas não se definem recursos, inclusive porque se estabeleceu que as soluções devem vir do poder mais próximo – no caso, os municípios, que alegam não tê-los.
55. Também não se consegue fazer cumprir o que está na própria Resolução 1/86, do próprio CONAMA, que diz no item I do artigo 5.o: o estudo de impactos ambientais deve “contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto”.
56. Dois casos emblemáticos em que esse dispositivo não foi cumprido:
a) O primeiro é a transposição das águas do rio São Francisco; a água não irá atender às milhões de pessoas que vivem em áreas isoladas, de poucas casas, onde não chegarão adutoras – nestas, a melhor solução seria a das cisternas de placas, inclusive mais baratas; segundo o próprio Ibama, mais de 40% das águas transpostas irão para grandes projetos de irrigação de culturas de exportação, onde grande parte das terras já está em erosão ou processo de desertificação; 40% das águas passarão por açudes, onde o índice de evaporação é altíssimo; 40% das águas irão para o abastecimento de cidades, tendo de subir centenas de metros: quem pagará o custo da energia ? nessas cidades, a taxa de desperdício nas redes de distribuição é de mais de 40%.
b) o comitê de gestão da bacia do rio São Francisco, por 44 votos a 2, manifestou-se contra o projeto de transposição e optou pela revitalização do rio; mas o Ministério do Meio Ambiente levou o projeto para o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, onde o governo federal, sozinho, tem maioria de votos, e ali o aprovou.
57. Outro exemplo de não cumprimento da regra que determina o exame da alternativa de não fazer é o da hidrelétrica de Belo Monte, um projeto do qual não se sabe sequer o custo (começou abaixo de 10 bilhões de reais, passou a 14, a 16, 19, 24, 30 bilhões, agora baixou para 27,5 bilhões: não se sabe sequer quanta energia produzirá na estiagem, sem água; para assegurar alguma produção terá de ser escavado um canal maior que o do Panamá, sem saber onde colocar os sedimentos; não se sabe como será transmitida a energia; nem quem a consumirá : as grandes exportadoras de alumínio, como em Tucuruí ? que se fará com as populações adjacentes ? e que se fará para criar estruturas urbanas para dezenas de milhares de pessoas atraídas pela obra ? Além disso, não se contemplou como alternativa de não-fazer estudo da Unicamp sobre a matriz energética brasileira; ele diz que o país não precisa de energia nova; pode ganhar 30% do que consome com programas de conservação e eficiência, tal como fez no “apagão” de 2001; mais 10% reduzindo as perdas nas linhas de transmissão, hoje em 17%; e mais 10% com repotenciação de antigos geradores, de baixo rendimento, a custo muito menor que o da implantação de novos geradores. 50% no total.
58. Um terceiro exemplo seria o da energia nuclear – a forma mais cara e perigosa de energia, além de não ter destinação para o perigosíssimo lixo nuclear. Os resíduos de Angra I e II continuam depositados em piscinas nas próprias usinas. Angra 3 que foi licenciada com a condição de ter um depósito definitivo, não o tem. E fica à beira-mar, como as outras, em um trecho do litoral em que o oceano está aumentando sua altura. O professor Carlos Nobre, do INPE, sugeriu que essa localização deveria ser revista. E ainda se anuncia a implantação de mais quatro usinas, quando em todo o mundo o caminho nuclear está sendo revisto após Fukushima: a Alemanha vai desativar todas as suas usinas, a Suíça também, a Itália fará plebiscito.
59. Pode-se concluir reafirmando que a legislação ambiental é das melhores no mundo. Mas a implantação ainda é problemática.
60. E terminar citando o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, segundo quem os problemas centrais do nosso tempo são mudanças climáticas e consumo de recursos além da capacidade de reposição do planta. Esses dois problemas – diz ele – ameaçam a sobrevivência da espécie humana.”
61. Se é assim, não se trata apenas de cuidar do meio ambiente, proteger o meio ambiente. Trata-se de criar formatos de vida adequados aos limites do nosso planeta. Para isso, a Política Nacional de Meio Ambiente, bem cumprida, pode ser muito útil.
62. Mas é preciso lutar também para que a comunicação informe suficientemente a sociedade, para que ela possa discutir os temas e posicionar-se em favor da políticas adequadas, sair da posição de mera “retórica indignada”, mas apenas passiva e ineficiente.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Maria BERTA Mendes Gabriel

Homenagem a amiga e Conselheira Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de Pinheiros, falecida após a posse do Conselho 2011 a 2013 - 04/04/1945 - 22/05/2011.

Obrigado Berta!!!

"DEVEMOS SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNDO. GANDHI"