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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Coleta seletiva em Pinheiros JÁ

Amigos

Vamos nos mobilizar para termos a coleta seletiva em todas os distritos de Pinheiros, com campanha em todos os munícipes da subprefeitura e campanha em todas as localidades e possibilidades, nas escolas, na empresas, na associações, na feiras, nos camelos, bancos e em todos que se utilizam bos bairros, para morar, para trabalhar ou quw seja só de passagem.

Coleta seletiva é uma forma de dar a destinação correta aos nosso residuos, evitando a sujeira das ruas, o acumulo de lixo, o entupimento dos bueiros, o entupimento de galerias, transbordamento dos côrregos e rios, provovando enchentes.

Antes de termos a coleta seletiva temos que nos reciclar, reconhecer que se não fizermos a nossa parte ninguém fará, é uma questão de escolha, para isto também é necessário ter consciência de que somos os unicos culpados, os verdadeiros lixeiros, por sermos os produtores do lixo, lembrando que a coleta seletiva gera trabalho e renda, além de reduzir a utilização dos escassos recursos naturais.

Pense nisto, se concordar vamos nos unir para vencer a COPA DA RECICLAGEM, o prêmio é preservar as nossa saude, viver com qualidade e manter a nossa propria existência.

"Reciclando todo mundo, todo o mundo será reciclado"


Cidadania
Paulistanos enfrentam dificuldades para encaminhar lixo reciclável
São Paulo recicla menos de 1% das 155 toneladas de resíduos produzidos diariamente e impõe esforço extra a cidadãos conscientes
Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
Publicado em 05/07/2011, 14:35
Última atualização às 17:44

Clarissa Beretz vive verdadeira saga para implantar coleta seletiva em seu prédio (Foto: Maurício Morais/Rede Brasil Atual)
São Paulo – Moradores da capital paulista dedicam tempo e esforço para separar materiais recicláveis, mas na hora de dar a destinação adequada ao que poupam de impacto ambiental, não há coleta seletiva, nem locais na cidade para receber os resíduos. A Rede Brasil Atual colheu uma série de depoimentos que mostram dificuldades causadas pela má qualidade dos serviços prestados pela prefeitura de São Paulo.
Para a microempresária Renata Turbiani, não há papel de bala, embalagem ou recipiente que fuja ao rigor da separação de materiais. Tudo que passa por suas mãos, depois de utilizado, é separado, lavado e acondicionado na cozinha de seu apartamento, de 60 metros quadrados.
Renata não vê problemas em reduzir o espaço da casa para o que ela considera um esforço de cidadania. O entrave mesmo é encontrar um local adequado na capital paulista para descartar os materiais recicláveis, com a certeza absoluta de que serão reaproveitados. “Por incrível que pareça não há local para (coletar) materiais recicláveis próximo à (rua) Frei Caneca (região central da capital paulista)”, informa.
A jornalista Clarissa Beretz, moradora de Higienópolis, vive situação semelhante. Sem a menor cerimônia, o hall de entrada do apartamento transformou-se em depósito de recicláveis. A exemplo da microempresária Renata, além de separar e lavar os materiais destinados à reciclagem em casa, ela precisa levá-los para locais distantes de sua residência para dar destinação correta aos resíduos.
“É uma vivência. É fácil incorporar. Não consigo mais virar um prato de comida em cima de lixo que não é lixo, é material reciclável e pode gerar muita coisa legal, inclusive renda para muita gente”, ensina Clarissa.
E isso apesar de uma lista de 41 estações de entrega voluntária de materiais reaproveitáveis, chamados de Ecopontos, e de cerca de 530 caminhões que atuam na coleta seletiva, segundo dados da prefeitura. “A saga é longa”, adianta Clarissa sobre seu empenho na reciclagem de materiais.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Serviços, a capital paulista produz cerca de 17,5 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, entre lixo domiciliar, de saúde, de varrição e entulho. Apenas 0,89% é reciclado. Uma média de 155 toneladas são recolhidas diariamente via coleta seletiva. “Estou sempre preocupada porque a destinação compromete todo o processo de separação que a gente faz em casa”, alerta a jornalista.
Malabarismo
Desde que o caminhão de coleta seletiva a serviço da prefeitura deixou de servir sua rua, Renata faz malabarismo para garantir a reciclagem dos resíduos. Ela enche sacos com os materiais e os leva de carro a São Bernardo do Campo, cidade vizinha à capital paulista na Região Metropolitana de São Paulo. “É o maior transtorno, mas morro de dó de jogar no meio do lixo comum, então levo para São Bernardo porque perto da casa da minha mãe tem mais lugares que recebem materiais recicláveis”, narra.
Renata cresceu com o exemplo da mãe de separar resíduos e se sente extremamente incomodada com a falta de políticas públicas na capital paulista. “É desestimulante, mas estou persistindo pelo valor social e ambiental da reciclagem.”
Paulistanos produzem cerca de 17,5 mil toneladas de resíduos por dia, entre lixo domiciliar, de saúde, de varrição e entulho. 0,89% é reciclado, uma média de 155 toneladas diárias.
Na opinião da microempresária, deveria ser obrigatória a separação do lixo nos prédios. “Eu observo o shopping que eu frequento. Eles simplesmente descartam todo o lixo. Imagine se separassem”, diz. “Tanta gente vive da reciclagem, mas os lixões e o lixo na rua ainda são a nossa realidade”, lamenta.
Para Renata, “falta ação da prefeitura”, mas os moradores de toda a cidade têm responsabilidade sobre o excesso de resíduos e a falta de reciclagem. “Muito (dessa situação) é culpa dos moradores. Meus pais ensinaram que não se joga nem papel de chiclete no chão, guarda-se no bolso ou na bolsa”, diz. “O carro do meu irmão parece uma lata de lixo”, brinca em alusão ao hábito da família de reciclar materiais depois de utilizados.
Saga
Em busca do descarte correto dos materiais que cuidadosamente separa, Clarissa vive uma “saga” para conseguir cooperação de vizinhos e implantação da reciclagem em seu prédio.
Inserida em temas relacionados à sustentabilidade desde a infância, ela decidiu propor aos vizinhos a separação de resíduos para reciclagem. Conseguiu o apoio da síndica, enviou circular aos vizinhos, mas a iniciativa não vingou, por falta de estrutura do prédio para armazenamento dos recicláveis até a retirada dos materiais. “As pessoas acham que precisam de quatro latões coloridos (um para cada tipo de material, plástico, papel, vidro e metal). Essa ideia que paira na cabeça das pessoas até atrapalha”, alerta.
Na tentativa de resolver a questão, enviou nova circular avisando que dois latões resolveriam o problema, mas não foi possível comprá-los para cada andar. A síndica começou a alegar que reciclar gasta mais sacos de lixo que entregar todo o resíduo sem separação. Novas adaptações foram feitas e alguns moradores aderiram.
“É desestimulante, mas estou persistindo pelo valor social e ambiental da reciclagem”, diz Renata.
No entanto, ainda havia o problema de retirada do material e encaminhamento para local adequado. Clarissa procurou o atendimento telefônico da prefeitura, o 156. Sem sucesso. Não conseguiu informações. Ligou para a empresa pública que cuida da limpeza urbana do município (Limpurb) e nada.
Conseguiu que uma cooperativa fizesse palestra no prédio e que catadores retirassem momentaneamente os materiais. Os sacos necessários para acondicionamento voltaram a ser problema e inviabilizaram a relação com os catadores que “queriam tudo organizado”.
Clarissa tentou uma empresa especializada, que até pagaria pelo material a ser recolhido. Mas o volume não compensou o pagamento. A jornalista ofereceu os materiais como doação. Mas por falta de porteiro no prédio, na época, a empresa acabou desistindo.
A saída foi separar tudo em casa mesmo e até recolher de alguns vizinhos que lavam e separam o lixo e contar com o auxílio da mãe, que leva os materiais para a zona norte de São Paulo. “Funciona melhor (o descarte em pontos apropriados) na zona norte. Perto de casa não tem Ecoponto”, descreve.

“As pessoas estão separando, mas o poder público não consegue fazer a ponte”, critica. De volta à prefeitura, ela procurou a ouvidoria e registrou protocolo de reclamação em relação ao atendimento do serviço 156. “A prefeitura não instrui os atendentes”, alegou.
Para alegria da jornalista, a ouvidoria respondeu com a indicação de um caminhão para materiais recicláveis que passaria pela sua rua às sextas-feiras à noite. Clarissa fez "campana" até o veículo passar. Descobriu que tratava-se de um lixeiro comum, não de coleta seletiva. O desânimo bateu. “A gente não sabe para onde correr. É um desprezo do poder público”, avalia.
Novamente se animou quando soube de uma empresa que recolhe materiais para reciclagem no edifício vizinho. “Fiz plantão para ter contato com o pessoal do prédio”, narra. Dias depois, Clarissa voltou a ter esperança, com a nova administração em seu prédio. “Acho que vamos conseguir fazer a reciclagem aqui”, diz. “É um alívio reciclar. Ter consciência que está contribuindo”, expõe.
Ela considera que a separação é um hábito que se torna corriqueiro. "Não consigo mais virar um prato de comida em cima de lixo que não é lixo, em cima de material reciclável que pode virar muita coisa legal, inclusive renda para muita gente”, ensina.
Oito vezes mais
Procurada, a prefeitura de São Paulo respondeu que o Programa de Coleta Seletiva na cidade tem poucos anos de existência, “mas teve grandes avanços e vai crescer mais ainda”.
“Entre os anos de 2003 e 2010 o volume cresceu oito vezes mais, coletando uma média diária de 155 toneladas. Atualmente o programa atende 74 distritos, gerando renda e inclusão social. Hoje são 20 Centrais de Triagem, incluindo uma de material eletrônico e mais de mil famílias beneficiadas pelo programa”, citou a assessoria de imprensa do Executivo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A CARTA DA TERRA

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.
Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz.
Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA


1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a.
Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b.
Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.



a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.
10.
Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c.
Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c.
Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b.
Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f.
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente. www.estacaosustentabilidade.com.br

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.

FONTE: Ministério do Meio Ambiente

domingo, 3 de julho de 2011

PINHEIROS DA SUSTENTABILIDADE, 451 ANOS DA ALDEIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DOS PINHEIROS

COTIA NÃO MORREU, OS PIONEIROS DO COOPERATIVISMO E DA SUSTENTABILIDADE EM SÃO PAULO


Assim como não morreram Elvis Presley, Airton Senna, outros também entrarão na lista de ícones da história da humanidade.

Por simbolizarem épocas, estilos de vida, qualidades extraordinárias, algumas pessoas, sobretudo jovens, perdem o direito de morrer e tornam-se ícones.

É o que penso da Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC).

No início do século passado, quando imigrantes japoneses que não se adaptaram às condições de mão de obra assalariada em fazendas de café vieram se fixar nas cercanias de São Paulo, formando associações de produtores, era difícil imaginar o tamanho do impulso que dariam à agricultura.

Em 1927, num desses embriões, 83 nipônicos fundaram a Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada dos Produtores de Batata em Cotia. Começava aí a saga de um dos mais importantes vetores para o Brasil tornar-se potência agrícola mundial.

Mais importante do que a EMBRAPA, por ter nascido quase 50 anos antes, e ter enfrentado as dificuldades naturais do pioneirismo em terra e língua estrangeiras, as agruras do regime de semi-escravidão nas plantações de café e o período de perseguição e supressão de direitos durante a Segunda Guerra Mundial.

São poucos os grandes centros atuais de produção agrícola que não tiveram a CAC em sua origem: o primeiro assentamento no Cerrado, em São Gotardo (MG); os projetos de irrigação no Vale do São Francisco; a produção de maçãs em São Joaquim (SC); a de pimenta do reino em Tomé-Açú, no Pará.

Primeiro, partiam os núcleos familiares; depois, os técnicos, as pesquisas em estações experimentais, os insumos e o crédito. Houve momentos em que a CAC teve um número de agrônomos superior ao do Ministério da Agricultura.

Estava ali a forma correta de se fazer reforma agrária, que a inexistência de planejamento agrícola pelo governo e o modelo exclusivista de grandes propriedades privadas deixaram escapar.

A CAC cresceu até tornar-se a maior cooperativa da América Latina. Há quem diga do mundo. Quase 30 mil cooperados. Em 1992, faturou US$ 1,1 bilhão e, em tudo o que se meteu, de forma direta ou através de subsidiárias, foi uma das maiores. Soja, trigo, milho, sementes de hortaliças, flores, fertilizantes.

Nesse formato, quebrou em setembro de 1994 com um passivo avaliado em US$ 900 milhões. Causas? Muitas. Desde a falta de ajuda do governo, agravada pela sucessão de planos econômicos desastrados entre os anos 80 e o início da década de 90, até a condescendência na concessão de créditos e na cobrança de dívidas dos cooperados.

Problemas de mau direcionamento estratégico e erros de gestão? Também. Não diferentes, porém, daqueles que, em 1995, justificaram o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (PROER) ou, recentemente, rombos financeiros em empresas privadas como Sadia, Aracruz, Votorantim, para ficarmos apenas no plano interno.

Em abril deste ano, 15 anos após a quebra, foram retomados os leilões de seus ativos. Têm o peso de uma pá de cal. Apenas judicial, pois o ethos da CAC permanece incólume.

Presenciei isso acontecer em, praticamente, todo o Brasil. No Pará, ao visitar extensas plantações de palma; nos campos de soja de Balsas, no Maranhão; cruzei com agrônomos altamente especializados no cultivo de uvas para exportação em Petrolina (PE); em cafezais de Guaxupé (MG); em granjas de ovos de Bastos (SP); nas grandes empresas de comércio exterior.

Em qualquer lugar que você esteja tratando de agricultura encontrará pessoas que trabalharam na Cotia ou com ela tiveram negócios. Nos mais diversos cargos e hierarquias.

Nessas ocasiões, é invariável a conversa rumar para lembranças e conhecimentos mútuos. Como se, apesar do gigantismo da época, todos se conhecessem e convivessem intensamente. Da mesma forma que faziam os 83 imigrantes que a criaram.

Rui Daher é administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.

sábado, 2 de julho de 2011

CADES PINHEIROS dá os parabens a todos os Cooperados pela comemoração do 84º aniversario do Dia Internacional do Cooperativismo

A Aliança Cooperativa Internacional e as reflexões dobre o Dia Mundial do Cooperativismo.


O Movimento Cooperativista Internacional celebra o “Dia da Cooperação”, anualmente, no 1º sábado de julho. Assim, em 1º de julho de 2006, um sábado, comemora-se os 84 anos do Dia Mundial do Cooperativismo, que tivera sua 1ª celebração em 1922.

Este movimento, que não parou de crescer desde a fundação de sua simbólica cooperativa de Consumidores dos tecelões de Rochdale em 1844, expandiu-se pelo mundo, tornando-se as cooperativas paradigmas da defesa da democracia e da paz nos momentos de conflitos e tormento entre povos e nações. Ao nos referirmos sobre o simbolismo da referida data, devemos refletir no importante trabalho realizado por mais de 800 mil cooperativas espalhadas em mais de 100 países do planeta, atendendo a mais de 3 bilhões de seres humanos nos diversos ramos de atividades, quer de consumidores, agropecuárias, crédito, habitacionais, educacionais, etc, as quais sempre buscam a melhor distribuição de renda e a felicidade humana, defendendo a democracia e a paz social.

É importante salientar que esta data foi estabelecida pelo organismo máximo do cooperativismo mundial, a “Aliança Cooperativa Internacional”, entidade cooperativista fundada em agosto de 1895, sob a coordenação de dois grandes líderes do Movimento Cooperativista Internacional; Eduardo Boyve e Eduardo Vansittart Neale, que durante dez anos empregaram seu tempo e seus esforços para preparar aquele acontecimento, que materializou-se num congresso realizado em Londres, na sala da “Royal Society of Art”, onde reuniram-se 207 delegados representando 14 países. Trinta e nove anos depois, em 1934, a ACI realizou outro Congresso no mesmo local com delegados de 104 Uniões e Federações de cooperativas, representando mais de 100 milhões de pessoas de 40 países.

Verificando os números acima citados e observando a trajetória histórica da ACI, nós brasileiros devemos nos orgulhar pelo fato de termos tido entre os seus presidentes, que se tornaram os maiores líderes e representantes do Cooperativismo Mundial, o Dr. Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura [do atual governo], que foi o único não europeu que chegou a presidente daquela emblemática e importante organização mundial e que por ter sido eleito no Congresso da ACI, realizado em Genebra, na Suíça, em 1997, recebendo a presidência de um inglês, tornou-se o último presidente da entidade no Século XX; e também por ter passado o bastão de presidente a um italiano em 2001, no Congresso da Aliança, em Seul, na Coréia do Sul, tornou-se o 1º presidente da citada instituição no século XXI.

Durante Décadas do Século XX, a Sociedade Humana esteve dividida e dominada pelo Regime Capitalista da livre iniciativa; de um lado liderado pelos EUA em confronto com o capitalismo de Estado comandado pela URSS do outro lado. No final dos anos 80 e anos 90 do século passado, com o esfacelamento do Estado Soviético, a Globalização da economia e a crise do capitalismo, o cooperativismo mais uma vez surgiu como um movimento adequado para defender e satisfazer a necessidade dos países na geração de emprego e renda, manutenção da liberdade política e manutenção da paz.

Por não ser um movimento religioso, étnico ou político, as cooperativas estão presentes entre todos os povos e países, de diferentes religiões e regimes políticos sempre lutando pela melhor distribuição de renda e justiça social. Por tudo isso é que devemos anualmente comemorar “O Dia Mundial do Cooperativismo” no 1º sábado de julho.


Mario Pecoraro

PRAÇA DAS CORUJAS, MODELO DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA, ISTO É SUSTENTABILIDADE

http://amantesdapracadascorujas.blogspot.com/2011/07/local-da-composteira.html#comments


PRAÇA DAS CORUJAS, NA VILA MADALENA ESTA DANDO UM BOM EXEMPLO QUE A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE PODE MUDAR E MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA NO LOCAL.

UMA PRAÇA LINDA, ENCRAVADA NO PÉ DO MORRO, COM UMA TOPOGRAFIA DIFERENCIADA, TODA ARBORIZADA COM ARVORES NATIVA, COM O CORREGO LIMPO, PARA ESTAR MELHOR SÓ FALTAM AS CORUJAS RETORNAREM AO LOCAL.

E A MAIOR AÇÃO QUE A COMUNIDADE ESTA TRABALHANDO É NA CONSTRUÇÃO DE UMA COMPOSTEIRA PARA TRATAMENTO DOS LIXO ORGANICO DA PRAÇA E PRODUZIREM O ADUBO PARA A PRÓPRIA PRAÇA, ISTO É UM EXEMPLO DE UM PROJETO SUSTENTÁVEL.

..."DOS FILHOS DESTE SOLO É MÃE GENTIL, PATRIA AMADA BRASIL!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vamos buscar da SUSTENTABILIDADE

Amigos

Bom dia

Ontem foi a 4ª edição do projeto do Mercado do bECO, Consciência & Arte, no Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena, apesar da chuva, do frio e dos eventos na cidade, a comunidade foi participar e praticar a Sustentabilidade, com elementos sociais, economicos, ambientais e culturais.

Para quem perdeu consultem o site www.mercadodobeco.com.br, e agenda a próxima edição 31 de julho, no Centro Cultural Rio Verde

Parabens a todos os artistas, o produtores e a comunidade consciente por acreditar que é possivel mudarmos o planeta e termos uma vida melhor para todos.

Basta acreditar.

"Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, Gandhi"


PARABENS !!!!

VIDEO DA CONSCIÊNCIA.http://youtube/lBuJHl-PTYc

sábado, 25 de junho de 2011

SER FORTES !!!!

AMIGOS

ENCONTREI ESTE VIDEO NO YOUTUBE E PENSEI EM COMPARTILHAR COM TODOS, É UMA LIÇÃO DE VIDA, UMA FORÇA EXTRA, UMA ENERGIA MARAVILHOSA....

http://youtu.be/Ow9EkpR8eFc

VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ, CANTAR, E CANTAR E CANTAR...NA CERTEZA DE SER UM ETERNO APRENDIZ...

FORÇA PESSOAL

BOA SEMANA A TODOS.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

IMAGINE - HINO DA TERRA ESCRITO A 40 ANOS

AMIGOS

A 40 ANOS ATRAS JOHN LENNON ESCREVEU DE FORMA MARAVILHOSA O HINO DO PLANETA TERRA, COM MUITA INTUIÇÃO E VISÃO DO MUNDO, UM VERDADEIRO PROFETA ALÉM DA SUA ERA, QUE DEIXOU O MAIOR DE TODOS OS LEGADOS, A UNIÃO ENTRE AS PESSOAS.

http://youtube/YqkptsTshuQ

ESTA ORAÇÃO DEVEREMOS ESTAR LENDO E RELENDO TODOS OS DIAS, PASSANDO PARA TODOS, AUMENTANDO A CORRENTE, BUSCANDO CONSCIENTIZAR E SENSIBILIZAR A TODOS AQUELES QUE SÃO SERES HUMANOS, POIS ASSIM ESTAREMOS CUMPRINDO TUDO AQUILO QUE JOHN LENNON COLOCOU A 40 ANOS ATRAS.


"DEVEMOS SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNDO" GANDHI
IMAGINE ......E LEIAM A CARTA DA TERRA.
É POSSIVEL SIM, ACREDITAMOS SIM, DEPENDE DE APENAS DE CADA UM, A CONTINUIDADE DA VIDA DO PLANETA DEPENDE DE NÓS.

MARIO PECORARO
CONSELHEIRO REGIONAL DE MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E CULTURA DE PAZ
CADES PINHEIROS

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ISTO É INSUSTENTAVEL.......

Ambev lança franquia de bar para regiões de periferia





Batizado de "Nosso Bar", estabelecimento requer investimento de R$ 28 mil

Existem 20 unidades em teste na zona sul de São Paulo; empresa terá treinamento para manipular alimentos

Folha de São Paulo - DE SÃO PAULO

A fabricante de bebidas Ambev lança hoje uma rede de franquias para atrair o empreendedor e o consumidor da classe C. Batizada de "Nosso Bar", a franquia demanda um investimento inicial de R$ 28 mil.
O público-alvo são donos de bares na periferia das grandes cidades, bem como novos empreendedores.


"Desenvolvemos um modelo de negócios familiar voltado para as comunidades", diz João Paulo Badaró, diretor de Novos Negócios da Ambev, que contou com as consultorias do Instituto Data Popular, especializado em baixa renda, e da Francap, consultoria de franquias.
O modelo de negócio prevê um bar com área de 100 m2 a 150 m2. A decoração, o mobiliário e a geladeira ficarão a cargo da Ambev.
Além de vender cerveja e refrigerantes do portfólio da Ambev (marcas como Brahma, Skol, Guaraná Antarctica, Pepsi), o dono do bar terá liberdade para oferecer bebidas quentes (destiladas) e elaborar o seu cardápio.
Os produtos, contudo, precisarão ser previamente homologados pela Ambev. "A gente não interfere no cardápio local, mas a gente interfere na questão da segurança alimentar", diz Badaró.
Franqueados passarão por treinamento sobre manipulação de alime ntos.
Há ainda uma parceria com a Sadia, que deverá fornecer produtos customizados para os franqueados.
Na fase de teste, foram abertos 20 "Nosso Bar" na zona sul de São Paulo. A expectativa é abrir mais 200 até o fim do ano.
"Nosso foco inicial será São Paulo, mas a ideia é expandir para todo o país", diz o executivo.
A Ambev se transformou em uma das maiores empresas de franquia na área de alimentos e bebidas. E o "Nosso Bar" é o primeiro empreendimento para a classe C.
A rede Chopp Brahma, criada em 2004, tem como público alvo as classes A e B. "A Chopp Brahma atrai investidores que não operam diretamente o negócio. Com o "Nosso Bar", a ideia é que o dono e sua família toquem o negócio", afirma Badaró.
A rede Chopp Brahma já conta com 900 operações, em três formatos: quiosques em shoppings e aeroportos, carrinhos e lojas. Juntas, faturam hoje R$ 300 milhões.
A empresa testa um outro modelo de franquia, com foco nas classes A e B: um bar, de nome "Seu Boteco". Só existe um até o momento, na Vila Madalena, em São Paulo. (MARIANA BARBOSA)












Ronaldo Laranjeira

Director - National Institute of Alcohol and Drug Policies

Federal University of São Paulo - BRAZIL

E O MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO PASSOU LONGE.....

Quanto será que levaram para aprovar tal projeto e como a CETESB aprovou um projeto desta monta e em área de preservação, permitindo se utilizarem das nascentes de água mineral para ser consumida até nas piscinas??? Essa prefeita tentará uma reeleição?

Inaugurado no ano passado, o Blue Mountain abre a segunda temporada neste feriado de Corpus Christi interessado apenas em divulgar o ambiente sofisticado e as comodidades do resort. A sentença que determinou a demolição do hotel virou tabu entre os cerca de cem funcionários, expressamente proibidos pela direção de falar sobre o processo judicial e as questões ambientais envolvidas na obra.


Gerson Monteiro
Fachada e áreas internas. Pacote de quatro noites para casal no feriado de Corpus Christi varia de R$ 6,3 mil a R$ 25 mil

Na visita feita pela reportagem do Estado, a abordagem inicial do chefe de recepção, Fernando Zanerato, frisou o luxo e a localização privilegiada. O hotel, que foi erguido entre 2002 e 2008, custou cerca de R$ 25 milhões. "Toda a água utilizada aqui é mineral, até na piscina", diz Zanerato. Perto do hotel há 13 nascentes, daí a exploração abundante do recurso. As bordas da piscina de água mineral são aquecidas, com vista panorâmica da Serra da Mantiqueira. O spa oferece massagens e terapias. A adega tem mais de 1.300 vinhos, com custo médio de R$ 1,8 mil.

O Blue Mountain recebeu a classificação "cinco estrelas plus" da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. O pacote de quatro noites para casal no feriado de Corpus Christi varia de R$ 6,3 mil a R$ 25 mil.

Danos. Apesar da decisão judicial que determinou sua demolição, a prefeita de Campos do Jordão, Ana Cristina Machado César (PPS), defende o funcionamento do hotel. Para receber hóspedes, o empreendimento precisou de alvará da prefeitura. "Só a quantidade de entulho retirado em uma demolição causaria mais dano ambiental do que deixar o hotel funcionando do jeito que está", diz Ana Cristina.

A prefeita usou o empreendimento de luxo para fazer propaganda da rede hoteleira de Campos. Em abril, o Blue Mountain foi listado ao Comitê Organizador da Copa 2014 como um dos três hotéis da cidade que poderiam abrigar uma seleção de futebol durante o evento. "O Blue Mountain gera empregos e é um dos mais luxuosos do País."

"Campos não tem mais para onde crescer. Congelei áreas invadidas, comprei uma grande briga com a população, mas não tenho onde colocá-los agora. Todo lugar onde se pensa construir algo é topo de morro ou beira de rio", reclama Ana Cristina. "Não pode abrir muito (para construções), mas também não pode ser radical (com a questão ambiental). Tem de ser mais flexível."

Mais de dois terços da área da cidade estão protegidos por leis ambientais. "Um terço do município é parque estadual e não tenho benefício com isso. Os custos para instalar indústria são tão altos que não há interesse."

A 500 metros do Blue Mountain, localizado a mais de 1.700 metros de altitude, um dos topos de morro mais altos da cidade, placas indicam que a área verde é preservada pelo grupo de investidores. Do gramado, no entanto, pode-se avistar a divisa da área de mais de 240 mil m² do hotel e aí o contraste da vegetação fica evidente: a mata preservada do terreno vizinho tem imensas árvores e um tom verde mais forte.

sábado, 18 de junho de 2011

30 anos de Política Nacional de Meio Ambiente

PALESTRA DE WASHINGTON NOVAES
30 ANOS DA POLITICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
SÃO BERNARDO DO CAMPO – 13/06/2011

1. Tema proposto: “30 anos da política nacional de meio ambiente”.
2. Política foi consolidada na lei 6938, de 31 de agosto de 1981.
3. Reflete o crescimento da preocupação mundial e brasileira com as questões chamadas de ambientais. Porque surgiam os relatórios sobre buraco na camada de ozônio, mudanças climáticas, perda de florestas e da biodiversidade.
4. Buraco na camada de ozônio resultou no Protocolo de Montreal para redução dos CFCs, talvez o acordo mundial mais bem sucedido, graças à possibilidade de substituição de materiais – embora hoje haja dúvidas. Clima, biodiversidade e florestas, junto com Agenda 21 mundial, seriam os grandes temas da Rio 92. Resultaram em duas convenções – clima e diversidade biológica - uma declaração sobre florestas e a aprovação da Agenda.
5. A lei que instituiu a Política Nacional define muitos objetivos, como:
a) compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente e o equilíbrio ecológico;
b) definição de ações prioritárias para ação de governos;
c) racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
d) definição de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas para uso e manejo de recursos ambientais;
e) desenvolvimento de pesquisa e tecnologias nacionais para uso racional dos recursos ambientais;
f) formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico
g) preservação e restauração dos recursos ambientais;
h) imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados; e ao usuário a obrigatoriedade de contribuição pela utilização de recursos ambientais com finalidades econômicas;
i) levar atividades empresariais públicas e privadas a serem exercidas em consonância com as diretrizes dessa política.

6. Que balanço se pode fazer desses 30 anos ?
7. Um dos maiores êxitos está na construção de uma consciência social sobre as chamadas questões ambientais – embora nem sempre ela se traduza em avanços na prática.
8. Um exemplo claro é a pesquisa divulgada há dois dias, feita por várias organizações, e que mostra que 95% das pessoas ouvidas não concordam com modificações no Código Florestal que permitam plantações e pecuária em áreas de preservação permanente como encostas, topos de morros e margens de rios. 77% das pessoas disseram que o Congresso deveria ouvir os cientistas antes de aprovar modificações. 79% afirmaram apoiar veto presidencial à anistia para desmatadores. E 85% acham que se deve priorizar a proteção de florestas.
9. Essa pesquisa mostra que tem consistência ambiental a opinião da sociedade. Ainda na semana passada o IPEA mostrou que a proposta de isenção de reserva legal em propriedades privadas de até 4 módulos fiscais deixaria sem proteção legal 30 milhões de hectares . Ou mais de 300 mil quilômetros quadrados, mais que o Estado de São Paulo.
10. Desse total, 18 milhões de hectares seriam na Amazônia, 3,9 milhões na Mata Atlântica, 3,7 milhões na Caatinga e 3,1 milhões no Cerrado.
11. É uma questão relevante, embora seja preciso acrescentar que essa situação do desmatamento é em grande parte fruto de a reserva legal ser na prática uma ficção da lei, raramente respeitada na prática – contrariando a Política Nacional de Meio Ambiente. O proprietário só se preocupa em delimitar a reserva no momento em que tiver de registrá-la no órgão ambiental, para poder vendê-la. Mas é muito raro que alguém vá verificar se a reserva existe mesmo. E, depois, se está sendo respeitada.
12. Reflete também um dos ângulos mais problemáticos da realidade, não resolvido pela Política Nacional de Meio Ambiente: a falta de recursos financeiros na área. O Ministério do Meio Ambiente tem menos de um por cento do orçamento federal para atuar em um território continental. O orçamento do Ibama não lhe permite ter estruturas suficientes em todo o país. Há lugares na Amazônia onde a delegacia do Ibama deve fiscalizar áreas de até 60 mil quilômetros quadrados, como disse o diretor em Alta Floresta. E dispondo apenas de quatro funcionários e três veículos quebrados.
13. Essa situação tem reflexos graves na perda biodiversidade, a maior riqueza do futuro, de onde virão novos alimentos, novos medicamentos, novos materiais para substituir os que se esgotarem., O Brasil tem de 15 a 20% da biodiversidade planetária.
14. Outro ângulo problemático para a Política Nacional de Meio Ambiente está na questão do licenciamento e da fiscalização, que, em princípio, devem estar o mais perto possível dos lugares onde as questões ocorrem – ou seja, nos Estados e municípios.
15. Mas em grande parte do país, as pressões políticas e econômicas nesses lugares geram dificuldades para a implementação e fiscalização da política- o que também se traduz em problemas para a desejada descentralização, já que faltam também recursos na maior parte dos municípios.
16. Uma das conseqüências das dificuldades está nos atuais números sobre desmatamento nos biomas brasileiros:
20% na Amazônia; mais de 93% na Mata Atlântica; 52% no Cerrado; cerca de 50% na Caatinga.
17. Esses números implicam muitas questões graves:
a) o IBGE tem lembrado as perdas de carbono no bioma amazônico ou 59& do território brasileiro, já que ali o subsolo retém em média 57,5 toneladas de carbono por hectare, perto do dobro da biomassa florestal; há pontos em que há mais de 200 toneladas de carbono por hectare do subsolo. O desmatamento vai se refletir nas emissões de dióxido de carbono, extremamente problemáticas na área do clima.
b) Esse desmatamento – que é e principal causa de emissões no país – já eliminou 23 bilhões de toneladas de biomassa e até 2002 cerca de 6,6 bilhões de toneladas de carbono, o equivalente a 20% das emissões totais anuais no mundo.
c) No Cerrado, além da perda da biodiversidade (um terço da brasileira), o desmatamento e compactação do solo dificultam a infiltração de água no subsolo; e ali nascem 14% \das águas das três grandes bacias brasileiras; com a redução da infiltração, o estoque de água no subsolo caiu de sete anos de fluxo para apenas três.
18. Vamos tentar avaliar um pouco o balanço desses 30 anos também nos outros elementos – em especial na água e no ar.
19. A Política Nacional de Meio Ambiente levou à criação da Agência Nacional de Águas – a ANA. Mas têm sido lentos os avanços em alguns dos principais itens. Como o da implantação dos comitês de gestão em todas as bacias hidrográficas e da cobrança, neles, por todos os usos da água. Já temos mais de 100 comitês criados. Mas a cobrança, por enquanto, acontece em pouquíssimas bacias, quase todas no Estado de São Paulo.
20. Isso se traduz em dificuldade de recursos para projetos na própria bacia – principalmente o tratamento prévio de esgotos antes de serem despejados nos cursos dágua.
21. Esse capítulo do saneamento é um dos mais problemáticos quando se examinam esses 30 anos da política. Hoje, quase 50% dos brasileiros não têm suas residências ligadas a redes de esgotos. E quase 10% não recebem em casa água potável. Dos esgotos coletados, menos de 30% recebem alguma forma de tratamento, em geral primário, que ainda manda para os rios, in natura, metade da carga orgânica, e não chega a eliminar outros poluentes – o que exigiria tratamentos secundário e até terciário.
22. O despejo de esgotos é a principal causa de poluição dos recursos hídricos no país. Segundo a ANA, todas as bacias hidrográficas brasileiras, da Bahia ao Extremo Sul, estão em situação crítica, por causa da poluição. E mais de metade dos municípios brasileiros terão problemas no abastecimento até 2015.
23. A poluição é também a principal causa de doenças veiculadas pela água. No sistema público de saúde brasileiro, pelo menos 60% das internações de crianças se devem à poluição da água, especialmente a diarréia e infecções intestinais. Da mesma forma, 80% das consultas pediátricas se devem ao mesmo motivo.
24. Outro ponto para alta preocupação é o desperdício de água nas redes públicas de distribuição nas cidades brasileiras. Nas grandes cidades, a média da perda chega a 40% ou mais da água que sai das estações de tratamento.
25. Uma das questões a rever, nessa área, está na dificuldade de financiamentos em bancos públicos para projetos de reparação e conservação das redes de distribuição, que custam até sete vezes menos, para produzir um litro de água, que a construção de novas barragens, novas adutoras e novas estações de tratamento. Só muito recentemente se começou a rever esse quadro e abrir os bancos para financiamentos nessa área.
26. É preciso ver o panorama nacional também na área do clima, certamente abrangida pela Política de Meio Ambiente nesses 30 anos.
27. O Brasil já está entre os cinco maiores emissores de gases poluentes, incluídos o desmatamento e as queimadas, que respondem por quase 60% do total, ou 75% se consideradas apenas as emissões de carbono. Já são mais de 2 bilhões de toneladas anuais emitidas. Segundo Sir Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, hoje consultor do governo britânico para o clima, as emissões brasileiras estão entre 11 e 12 toneladas anuais por habitante.
28. O Brasil, entretanto, recusa-se a assumir compromissos obrigatórios de redução das emissões, no âmbito da Convenção do Clima, com dois argumentos:
a) a obrigação de reduzir é dos países industrializados, que emitem mais e há mais tempo, desde o início da revolução industrial; por isso, contribuíram muito mais para a concentração de gases que já está na atmosfera;
b) assumir compromissos de reduzir as emissões pode restringir a soberania e comprometer o desenvolvimento econômico nacional.
29. Quanto ao segundo argumento, é preciso ver de que desenvolvimento se trata. É possível desenvolver reduzindo emissões, com uma matriz energética limpa, baseada em energia hidrelétrica, eólica, solar, das biomassas, das marés, geotérmica.
30. Quanto à responsabilidade de cada país nas emissões, o Brasil mesmo apresentou na reunião do Protocolo de Kyoto, em 1997, proposta de calcular qual a responsabilidade percentual de cada país no aumento da temperatura da Terra já observado e distribuir a obrigação de reduzir proporcionalmente a essa contribuição. A proposta foi aprovada em princípio e remetida para mais estudos científicos. Mas até hoje nada aconteceu, nem o Brasis voltou a insistir na tese.
31. Hoje, o compromisso brasileiro, que é apenas “voluntário”, é de reduzir suas emissões em 40% do que elas seriam em 2020, sem nenhuma providência.
32. Nessa área das emissões, o Brasil enfrenta também uma questão delicada na emissão de metano, principalmente pelo gado bovino. Segundo a Embrapa Meio Ambiente, cada boi emite 58 quilos de metano por ano, em seus arrotos e flatulências. Como temos 205 milhões de bois, são mais de 11 milhões de toneladas de metano por ano. E como o metano tem um efeito problemático na atmosfera 21 vezes superior ao do dióxido de carbono, essas emissões dos bois equivalem a mais de 230 milhões de toneladas anuais de dióxido de carbono – equivalentes a tudo o que a indústria e o transporte emitiam no primeiro inventário brasileiro de emissões, de 1994.
33. Cientistas brasileiros têm argumentado no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o órgão científico da Convenção do Clima, que a equivalência do metano com o carbono precisa ser revista, porque o metano permanece muito menos tempo na atmosfera que o carbono; por isso, a equivalência de 21 vezes precisa ser baixada para 4 ou 5. Mas o Painel até agora não mudou seus números.
34. A pecuária não é o único caminho para emissões de metano. Há outros, como as plantações de arroz em várzeas – que, se questionadas, podem implicar problemas em algumas regiões brasileiras, principalmente no Sul e no Centro-Oeste.
35. Alguns Estados e cidades brasileiras já estão fazendo seus levantamentos de emissões e gerando legislação para redução obrigatória em alguns setores, principalmente transporte e indústria. São Paulo é um desses lugares.
36. Nesse ponto, chega-se a outra obrigatoriedade colocada pela Política Nacional de Meio Ambiente e não cumprida: é o princípio do poluidor pagador: quem polui ou causa danos deve responder pelos custos gerados. Mas na prática quase não acontece.
37. Um dos setores mais evidentes é o da poluição do ar. O setor de transportes deveria responder pela poluição do ar por gases emitidos por veículos e pelos custos que ela gera no sistema público de saúde, inclusive mortes e doenças graves.Mas isso não acontece.
38. Da mesma forma, os custos gerados na implantação e manutenção da rede viária urbana e interurbana, que não são atribuídos ao setor. E hoje, segundo a Associação Nacional de Transporte Público, mais de 50% do espaço urbano – computados ruas, praças, estacionamentos e garages – é ocupado por veículos – que em média permanecem 90% do tempo ociosos.
39. Na década de 90 foi criado o Proconve, o programa de inspeção de veículos para aferição dos níveis de poluição por gases e sonora. Mas a disputa pela receita das tarifas de inspeção entre Estados e municípios retardou muito o sistema, que só agora começa a avançar. E que poderá contribuir muito para a redução da poluição do ar retirando de circulação veículos sem condições.
40. Outra área em que o princípio do poluidor/pagador instituido pela Política Nacional de Meio Ambiente ainda não funciona é o dos resíduos.
41. Nos paises que mais caminharam nessa área vigora a exigência de pagamento por qualquer tipo de resíduo gerado. Na Alemanha, por exemplo, o gerador do lixo domiciliar é obrigado a separá-lo em lixo seco e lixo orgânico. O orgânico é recolhido pelo serviço público e o gerador paga proporcionalmente ao volume do recipiente em que o deposita – 10 litros, 20 litros. O lixo seco tem de ser recolhido pelas empresas produtoras de papel, papelão, metais etc. Elas criaram, uma instituição nacional que cobra de cada empresa proporcionalmente à sua produção e faz a coleta em todo o país. E como estas têm interesse em pagar menos, diminuem seus rótulos, o volume de suas embalagens etc. Com isso, em oito anos o volume de lixo seco na Alemanha reduziu-se em 15%.
42. Lá, todos os resíduos da construção devem ser levados pelo produtor a uma recicladora, que recebe por tonelagem. Depois recicla, separa brita e metais, destina os resíduos triturados para a base de asfalto e outras finalidades.
43. A Suécia tem um sistema exemplar de reciclagem de veículos. O comprador de um veículo novo paga por um certificado de reciclagem já na compra. O documento passa para os novos proprietários em caso de venda. E o último pode entregá-lo a uma empresa de reciclagem, que lhe paga o valor do certificado. Depois, ela encaminha para reciclagens especiais todos os fluidos e óleos mais poluentes. Retira e vende, com garantia de tempo para uso, itens como pneus, bancos etc. As carcaças são prensadas e vão para uma empresa que as tritura e destina o produto a fornos de siderúrgicas e outras finalidades. O sistema já cobre perto de 90% dos carros considerados impróprios para uso.
44. A cidade de São Paulo chegou a criar uma taxa para o lixo domiciliar e comercial. Mas não chegou a aplicá-la e ela foi revogada – o que é um retrocesso.
45. Há alguns meses, depois de 20 anos de discussão, a Câmara dos Deputados aprovou em Brasília o texto de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que contém muitos pontos interessantes – como a obrigatoriedade da coleta seletiva em todos os municípios, a proibição de lixões e a preferência para cooperativas de catadores – eles já são cerca de um milhão no país e exercem um papel importante, encaminhando a empresas recicladoras cerca de 30% do papel e papelão, uns 20% do plástico e dos vidros, mais de 90% das latas de alumínio.
46. A política não define, entretanto, recursos para sua execução. E com isso temos mais de 50% dos resíduos produzidos no país encaminhados para lixões a céu aberto. E menos de 20% para aterros realmente adequados. Também a questão dos resíduos da construção continua em aberto.
47. Um ponto polêmico é o da incineração. Porque a política aprovada na Câmara definiu como prioridades programas de redução do lixo, de reaproveitamento de materiais e de reciclagem.
48. A incineração só seria admitida como última alternativa, na impossibilidade de aplicar qualquer das outras - por ser um caminho caro, principalmente se os resíduos secos não forem separados dos orgânicos, já que a incineração destes últimos - para não gerar dioxinas, furanos e outros gases muito perigosos para a saúde humana – precisa ser muito alta. E isso encarece muito o processo, que tem de resolver também a questão dos resíduos da incineração, igualmente perigosos.
49. Os críticos da incineração alegam também que ela pode ser um desperdício, já que pelo menos 80% dos resíduos domicilares e comerciais no Brasil podem ser reaproveitados ou reciclados, como mostrou um trabalho da UNESP em Indaiatuba.
50. Outra questão será a dependência permanente da geração de lixo, para não interromper a incineração e geração de energia – o que seria um contra-senso com os objetivos preferenciais.
51. Quando o projeto aprovado pela Câmara foi remetido ao Senado, ali se suprimiu o dispositivo sobre a incineração. Por isso, o projeto deveria ter voltado para a Câmara, mas não o foi. Remetido à presidência da República, foi sancionado.
52. As usinas públicas no Brasil reciclam menos de 1% do lixo total.
53. Muitos programas de coleta seletiva transformam-se, por isso, em uma espécie de “faz-de-conta”: as cooperativas de catadores não têm capacidade de separar todo o lixo seco; e assim grande parte do lixo separado nas residências vai para aterros.
54. A Política Nacional de Meio Ambiente também definiu que cabe ao Conselho Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA, estabelecer normas para licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e inserir o licenciamento em todo o território nacional. Mas não se definem recursos, inclusive porque se estabeleceu que as soluções devem vir do poder mais próximo – no caso, os municípios, que alegam não tê-los.
55. Também não se consegue fazer cumprir o que está na própria Resolução 1/86, do próprio CONAMA, que diz no item I do artigo 5.o: o estudo de impactos ambientais deve “contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto”.
56. Dois casos emblemáticos em que esse dispositivo não foi cumprido:
a) O primeiro é a transposição das águas do rio São Francisco; a água não irá atender às milhões de pessoas que vivem em áreas isoladas, de poucas casas, onde não chegarão adutoras – nestas, a melhor solução seria a das cisternas de placas, inclusive mais baratas; segundo o próprio Ibama, mais de 40% das águas transpostas irão para grandes projetos de irrigação de culturas de exportação, onde grande parte das terras já está em erosão ou processo de desertificação; 40% das águas passarão por açudes, onde o índice de evaporação é altíssimo; 40% das águas irão para o abastecimento de cidades, tendo de subir centenas de metros: quem pagará o custo da energia ? nessas cidades, a taxa de desperdício nas redes de distribuição é de mais de 40%.
b) o comitê de gestão da bacia do rio São Francisco, por 44 votos a 2, manifestou-se contra o projeto de transposição e optou pela revitalização do rio; mas o Ministério do Meio Ambiente levou o projeto para o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, onde o governo federal, sozinho, tem maioria de votos, e ali o aprovou.
57. Outro exemplo de não cumprimento da regra que determina o exame da alternativa de não fazer é o da hidrelétrica de Belo Monte, um projeto do qual não se sabe sequer o custo (começou abaixo de 10 bilhões de reais, passou a 14, a 16, 19, 24, 30 bilhões, agora baixou para 27,5 bilhões: não se sabe sequer quanta energia produzirá na estiagem, sem água; para assegurar alguma produção terá de ser escavado um canal maior que o do Panamá, sem saber onde colocar os sedimentos; não se sabe como será transmitida a energia; nem quem a consumirá : as grandes exportadoras de alumínio, como em Tucuruí ? que se fará com as populações adjacentes ? e que se fará para criar estruturas urbanas para dezenas de milhares de pessoas atraídas pela obra ? Além disso, não se contemplou como alternativa de não-fazer estudo da Unicamp sobre a matriz energética brasileira; ele diz que o país não precisa de energia nova; pode ganhar 30% do que consome com programas de conservação e eficiência, tal como fez no “apagão” de 2001; mais 10% reduzindo as perdas nas linhas de transmissão, hoje em 17%; e mais 10% com repotenciação de antigos geradores, de baixo rendimento, a custo muito menor que o da implantação de novos geradores. 50% no total.
58. Um terceiro exemplo seria o da energia nuclear – a forma mais cara e perigosa de energia, além de não ter destinação para o perigosíssimo lixo nuclear. Os resíduos de Angra I e II continuam depositados em piscinas nas próprias usinas. Angra 3 que foi licenciada com a condição de ter um depósito definitivo, não o tem. E fica à beira-mar, como as outras, em um trecho do litoral em que o oceano está aumentando sua altura. O professor Carlos Nobre, do INPE, sugeriu que essa localização deveria ser revista. E ainda se anuncia a implantação de mais quatro usinas, quando em todo o mundo o caminho nuclear está sendo revisto após Fukushima: a Alemanha vai desativar todas as suas usinas, a Suíça também, a Itália fará plebiscito.
59. Pode-se concluir reafirmando que a legislação ambiental é das melhores no mundo. Mas a implantação ainda é problemática.
60. E terminar citando o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, segundo quem os problemas centrais do nosso tempo são mudanças climáticas e consumo de recursos além da capacidade de reposição do planta. Esses dois problemas – diz ele – ameaçam a sobrevivência da espécie humana.”
61. Se é assim, não se trata apenas de cuidar do meio ambiente, proteger o meio ambiente. Trata-se de criar formatos de vida adequados aos limites do nosso planeta. Para isso, a Política Nacional de Meio Ambiente, bem cumprida, pode ser muito útil.
62. Mas é preciso lutar também para que a comunicação informe suficientemente a sociedade, para que ela possa discutir os temas e posicionar-se em favor da políticas adequadas, sair da posição de mera “retórica indignada”, mas apenas passiva e ineficiente.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Maria BERTA Mendes Gabriel

Homenagem a amiga e Conselheira Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de Pinheiros, falecida após a posse do Conselho 2011 a 2013 - 04/04/1945 - 22/05/2011.

Obrigado Berta!!!

"DEVEMOS SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNDO. GANDHI"